ATÉ DECIDIR AMAR É POSSÍVEL; CONHEÇAS AS VÁRIAS FORMAS DE AMOR

Este não é um texto romântico. Você não sentirá borboletas no estômago ou algum frio na barriga. Na verdade, o amor é muito mais do que puro romantismo ou sentimentos inalcançáveis vistos nos livros ou nos filmes. Conheça um pouco sobre o assunto.

Por: Guilherme Oliveira, Fernanda Cantero, Isabela Dominato, Sérgio Rocha e Pamella Gaudio

Não. Este não é um texto romântico. Você não sentirá borboletas no estômago ou algum frio na barriga. Na verdade, o amor é muito mais do que puro romantismo ou sentimentos inalcançáveis vistos nos livros ou nos filmes. O amor vai além e só quem consegue alcançar esse patamar será feliz verdadeiramente.

Mas o que de fato é o amor? Do ponto de vista psicológico, amor pode ter vários significados. Mas todos eles possuem relação concreta e não abstrata. A psicóloga clínica, Denise Favaro do Carmo Canteiro, trata o amor como reflexo de atitudes.

A influência do amor romântico tem gerado uma visão deturpada do que realmente é amar de verdade. O amor pode ser um sentimento universal, mas varia conforme culturas e dinâmicas familiares.

“O casamento é todos os dias. O amor passa por alegrias, tristezas e turbulências diariamente. Não é um mar de rosas. Mas a Rosely é o meu complemento”, conta Adalberto Godoy, advogado, sobre a esposa Rosely Godoy.

“Vejo o amor como querer o bem do outro. Não dá para pensar no amor de forma individualista. Lógico que temos amor próprio, mas quando penso em amor, me vem à mente o coletivo, o vínculo entre pessoas e a família. Ele é universal, mas não dá para ser pensado se não considerarmos as atitudes”, declara.

Em um cenário cheio de amores impossíveis e comédias românticas com enredos invejáveis, a psicóloga atenta para que o amor não seja algo idealizado. Afinal de contas, tudo que se idealiza, fica somente no campo das ideias.

“Isso dá muita confusão, porque você vê e lê outro ‘amor’ mas vive algo diferente. Muitas vezes as pessoas vivem em busca de um amor enquanto algo idealizado. Principalmente só na questão do receber. Mas o amor é uma via mão de dupla”, completa Cantero.

Isso porque, como a psicóloga explica, o amor possui uma parceria muito íntima com a neurociência. Um exemplo oportuno utilizado pela profissional baseia-se nas culturas religiosas, onde muitas pessoas casam-se entre famílias ou se casam muito jovens por uma questão de valores.

“Trata-se de uma doutrina, uma opção de vida. Mas muitos dão muito certo, pois é algo pré-estabelecido. É compreensão do que é melhor para ela e dentro disso a pessoa acaba se adequando. A gente pode escolher amar sim. Se você decidir que vale a pena e experimentar, é bastante possível que dê certo”, diz.

COMO FAZER

Não existe uma receita pronta para o amor. Como se ama e quando se ama. Cada pessoa acrescenta um tempero especial. Amor não é um enlatado pronto que se compra na prateleira do supermercado. Amor tem que fazer. Mas calma, não é só nesse sentido. De acordo com Denise, é possível escolher amar.

“Precisamos esbanjar amor, somente assim teremos condições de dar uma nova chance para nossos filhos, quando, porventura, vierem a cometer erros nesta vida”, Pastor Douglas Santos, da Igreja Presbiteriana Independente de Osvaldo Cruz, sobre o amor dos pais.

O amor pode ser entendido e sentido, de acordo com Fávaro, sob os aspectos da vivência, seja ela familiar ou social. Dentro da família, o amor é ensinado de forma diferenciada, onde se aprende o amor fraterno, romântico, erótico, entre outros.

“Não dá pra resumir em uma frase o que o homem da minha vida representa pra mim. Meu pai é um pai completo: companheiro, amigo, ensina valores e morais. E o melhor, tudo isso sempre com muito carinho. Eu amo ele”, declara Melina Giroto, sobre seu pai, Edson Tazinassi.

“Você vem com uma referência do que é o amor. A partir disso você pode acrescentar. Se a forma de se expressar não lhe preenche, não te completa, tem que correr atrás. Quando nos tornamos adultos temos esse potencial para corrigir e fazer ajustes”, afirma.

“Amor de irmão não se faz distinção pelo sexo. Eu gosto de falar disso porque eu beijo, abraço meu irmão, sem medo de preconceitos, apenas por amor. Apesar da diferença de idade, se são 3 ou 12 anos eu amo meu irmão apesar das diferenças”, fala Renam Ross, 23, administrador, sobre seu irmão, Eduardo, 27. 

AMOR PRÓPRIO É EGOÍSMO?

Sim. Mas não é o tipo de egoísmo ruim. Para Denise, o amor próprio é um egoísmo saudável.

Para adquirir amor próprio só existe um jeito bem prático: se conhecendo. Muitas vezes as pessoas não sabem o que e nem o porquê de estarem sentindo algo, pois não possuem o hábito do autoconhecimento.

“Não tem como falar amor próprio sem falar em egoísmo. É um egoísmo saudável, necessário. Depois de se conhecer você tem capacidade de dizer quanto consegue ceder e não se despersonificar. É um egoísmo onde que não cria prejuízo para ninguém”, explica.

Desenvolver a arte prática de amor não é fácil. Requer muita reflexão, principalmente quando se está sozinha. Denise pede para que as pessoas reflitam como está a sua vida quando você está sozinho.

“Acredito que seja a realização de uma autoconfiança elevadíssima, na dose certa eu diria. Amar a si mesmo deve ir além das questões físicas. Envolve opiniões, próprias com firmeza, costumes, manias. Digamos que possa ser um autorrespeito. Quem sabe acrescentando uma pitadinha de egoísmo”, diz Diogo Chagas, estudante, sobre o amor próprio.

É nesse momento em que se desenvolvem os mais variados tipos de amor e eles ganham potência para amadurecer. Muitas pessoas hoje sofrem com a falta de autoestima ou com a necessidade de outra pessoa que possa fazê-la feliz. Mas ficar sozinho não é motivo para achar que o amor não está em você.

“É um grande equívoco quando alguém pensa que se está sozinho, está infeliz. Ou se não está amando, é porque não tem amor. Quanto mais consegue sentir amor por si próprio, pela vida e pelo trabalho, mais você subentendesse que está pronto para amar o outro”, finaliza a psicóloga. 

O AMOR PELOS OLHOS DAS CRIANÇAS