EAD: tendência ou realidade?

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O Ministério da Educação (MEC) divide o ensino superior brasileiro em duas modalidades: Educação Presencial – que exige a presença do aluno em pelo menos 75% das aulas e em todas as avaliações, com professores e alunos desenvolvendo atividades educativas ao mesmo tempo; e Educação a Distância (EAD) – que ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com professores e alunos desenvolvendo atividades educativas em lugares e tempos diversos. A EAD pode envolver atividades presenciais e outros momentos de contatos, intermediados por recursos tecnológicos.

A EAD é a modalidade de ensino que mais tem ganhado espaço no cenário educacional brasileiro. Mas, ela não surgiu “do nada”. Pelo contrário, a EAD tem uma ampla trajetória que para alguns historiadores teve início na Europa (século XV), quando do aparecimento do livro impresso, que possibilitou a alfabetização de um maior contingente de pessoas. Modernamente, a EAD tem origem nos cursos por correspondência (via correio), mas evoluiu para os dias atuais, influenciada pelos meios de comunicação de massa – rádio, televisão e internet. No Brasil, a EAD surge nos anos 1900, com os cursos por correspondência do Instituto Rádio Monitor, em 1929, e com o Instituto Universal Brasileiro (IUB), em 1941.

Dados do Censo da Educação Superior (2017), o período mais recente disponível, revelam que entre 2007 e 2017, as matrículas de cursos de graduação a distância aumentaram 375,2%, atingindo 1,76 milhões de alunos em 2017, enquanto na modalidade presencial o crescimento foi de 33,8% no mesmo período.

Mais do que uma modalidade de ensino ou uma simples tendência, a EAD é um importante instrumento de democratização de oportunidades educacionais. Isso quer dizer que a EAD permite o acesso ao mundo do aprender às pessoas que tem dificuldades de serem inseridas no modelo de educação presencial.

É inegável que as novas tecnologias de informação e comunicação, em especial a internet, mudaram o modo de vida das pessoas em vários aspectos. Com um dispositivo e uma conexão móvel dá para fazer muita coisa, como estudar de forma digital. Nesse contexto, os benefícios da EAD, de inclusão e de acesso à educação, inovação pedagógica, comodidade, economia de tempo e financeira, reconhecimento pelo MEC, dentre outros, têm possibilitado a muitas pessoas o sonho do diploma de curso superior, viabilizando um reposicionamento ou uma vantagem competitiva no mercado de trabalho.

Obviamente, a opção por um curso superior de EAD de qualidade envolve algumas análises. Assim como no presencial, tanto a instituição de ensino precisa ser credenciada, quanto o curso ser autorizado/reconhecido pelo MEC com notas que vão de 1 a 5, sendo 5 a nota máxima. A infraestrutura da instituição, sua expertise e sua reputação no mercado também são importantes indicadores de qualidade.

Deve ficar claro que a EAD não vai substituir a Educação Presencial! Pelas particularidades que cada uma apresenta, a perspectiva é que elas possam somar forças. Assim, espera-se no futuro uma convergência, ou seja, uma EAD com atividades práticas presenciais e uma Educação Presencial conectada.

Escrito por: Sonia Sanae Sato, coordenadora geral do Núcleo de Educação a Distância (Nead) da Unoeste

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