Maria Beatriz Tiezzi Vergara, Marília Esteves Alves de Souza, Leticia Freire, Claudio Lera Orsatti
https://drive.google.com/file/d/1vx38YIdYA4DO5TY3-jDgDsHxrNJZ6-kT/view?usp=sharing
A ozônio terapia tem sido utilizada como alternativa terapêutica em tratamentos de condições patológicas. Sua eficiência demostra atividade no balanço de biomarcadores de estresse oxidativo, em funções endoteliais, induzindo enzimas como superóxido desmutase, catalase ou peroxidase, ativando uma resposta imunológica. Capaz de apresentar tais benefícios, a ação comprovada tange apenas o uso da terapia em condições patológicas, visto que o consumo de água ozonizada pela população sem patologias ainda não é bem esclarecido. Avaliar o efeito da suplementação em curto prazo de água ozonizada sob os parâmetros de estresse oxidativo em indivíduos supostamente saudáveis. Ensaio clínico randomizado, duplo cego, placebo controlado aprovado pelo CEP CAAE: 12422219.3.0000.5515. Um total de 48 participantes foram incluídos no estudo. Foram suplementados por duas concentrações de água ozonizada (10?gO3/dia ou 16 ?gO3/dia) e placebo – água potável; amostras sorológicas foram coletadas em três momentos durante 7 dias. O perfil inflamatório foi analisado pela técnica de ELISA e os analitos investigados foram: oxido nítrico (NO), superóxido desmutase de manganês (MnSOD) e peroxidase de glutationa (GPx). 35.4% dos participantes receberam placebo, 33.3% receberam suplementação com O3 10 ?gO3 e 31.3% receberam a concentração de O316 ?gO3. A concentração dos mediadores de estresse oxidativo avaliados não demostraram diferença significativa, apresentado um p>0.05 (NO p = 0.943, MnSOD p = 0.844 e GPx p = 0.126). Os mediadores NO, MnSOD e GPx não apresentam efeitos após a suplementação de água ozonizada em curto prazo em indivíduos supostamente saudáveis.
Olá,
Gostei da temática do seu trabalho, fui técnico em química, bem numa época que o uso do ozônio na água estava em desuso. Porque,
Seguindo a lógica de Linus Pauling, o ozônio é muito instável Nas CNTP, ou “seja agora você tem ozônio, agora não têm mais” O³ muda pra O² sem nenhum esforço.
O caso na época era que a partir desta instabilidade as vezes sobrava um O- “radical livre”, é sabido que no corpo se um radical cair na cadeio de DNA, ela é mutada e se der sorte a apoptose resolve, quando o contrário teremos um turmor que pode virar um câncer.
Foi o motivo do desuso de água ozonizada na década de 90 e 2000.
No sue artigo, em algum momento da pesquisa consideraram esta probabilidade ou sabiam deste problema com radicais livres do ozônio?
Sera que o benefício do consumo é maior que o eventual risco?
Parabéns pela pesquisa.
Até breve
Olá Alexandre! Obrigado por perguntar. Scassellatia et al, em 2017, demonstrou que a ozonização com baixa concentração (10 e 16 μgO3/mL) não afeta a proliferação ou a morte celular, a análise citoquímica ultraestrutural não demonstrou nenhuma alteração dos domínios nucleares apesar de identificar um aumento na taxa de transcrição em níveis nucleoplásmicos (mRNA) e nucleolares (rRNA) e DNA, o que poderia explicar os efeitos positivos observados em indivíduos tratados com O3 por estímulo das vias de proteção celular e a transcrição nuclear, sem alterar a viabilidade celular, demonstrando que a ozonioterapia é segura (Toxicology in Vitro. 2017 Oct;44:100–10).
[MEDIADOR] Parabéns pelo trabalho. Excelente temática e apresentação. Continuando a dúvida do Alexandre, foram investigados os efeitos adversos causados pela água ozonizada? Quais foram os resultados? Ainda, considerando os achados da pesquisa, quais seriam as sugestões para futuras pesquisas nessa área?
[AUTOR] Olá Crystian, obrigada pela pergunta! De acordo com o nosso estudo, não observamos quaisquer efeitos adversos causados pela água ozonizada. Sobre possíveis sugestões para futuras pesquisas, seriam as seguintes: uma suplementação por um período mais prolongado (maior do que 7 dias); outra proposta seria o aumento do N de amostragem, visto que o nosso foi relativamente pequeno.