Giovanna Araújo Marques
A obesidade infantil é reconhecida como doença e conceituada como uma condição onde há acúmulo de gordura corporal em relação à massa magra. Considerada um problema de saúde pública, atinge 15,9% das crianças menores de 5 anos segundo dados do Ministério da Saúde (2019). O trabalho teve por objetivo avaliar a prevalência do sobrepeso e obesidade e os fatores associados ao excesso de peso em crianças matriculadas em uma escola de educação infantil do município. O estudo foi transversal, descritivo. Foram analisadas 154 fichas de atendimento à crianças entre 0 a 5 anos, 82 meninas (53,2%) e 72 meninos (46,7%), ocorrido em um trabalho de campo realizado em 2018, com protocolo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Oeste Paulista sob nº 16079919.9.0000.5515. Após calculados os índices de IMC e colocados nas curvas de percentil para a idade e sexo recomendados pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 1998), foram selecionadas as crianças que apresentaram excesso de peso. Das crianças avaliadas, 27,9% encontram-se acima do peso, 15,6% com sobrepeso e 12,3% com obesidade. Observamos que a prevalência foi quase o dobro comparada com a literatura. Os pais foram convocados para uma reunião escolar e responderam um questionário contendo 8 questões claras com respostas fechadas, assinaladas e pontuadas, relacionadas a atividade física, aleitamento materno, hábitos alimentares, peso do nascimento e histórico familiar de sobrepeso totalizando 17 questionários (12 sobrepeso e 5 obesidade). Em relação ao período de amamentação 52,9% tiveram aleitamento materno por no mínimo seis meses. Dos resultados obtidos 58,8% dos pais incentivam os filhos a praticarem atividade física, 90% praticam de 1 a 2 vezes na semana. Em relação ao passatempo preferido, 64,7% preferem brincar de atividades esportivas. 73,3% dos pais estabelecem horários para as refeições, a maioria das crianças faz de 4 a 5 refeições no dia. Em relação aos alimentos calóricos, 58,8% dos pais evitam possuí-los em casa. 52,9% possuem familiar com sobrepeso ou obesidade, a maioria é avô ou avó. O estudo evidenciou que a maioria das mães tem baixa escolaridade. Resultados condizem com as estatísticas oficiais brasileiras segundo SHUNCH et al (2013). De acordo com a população estudada concluímos que a falta de atividade física constante, a presença de familiar com sobrepeso e a baixa escolaridade materna, são fatores importantes que contribuem com sobrepeso e obesidade em crianças. Protocolo CAAE: 16079919.9.0000.5515