SOJA EM SÃO PAULO – A SUPERAÇÃO DOS 500 MIL

SOJA EM SÃO PAULO – A SUPERAÇÃO DOS 500 MIL
O Estado de São Paulo entrou para primeira divisão dos maiores produtores nacionais de soja. Na atual safra rompeu a barreira de 1,0 milhão de hectares. Apenas nove Estados da Federação atingiram esta importante marca. A forte arrancada em aumento de área em São Paulo ocorreu a partir da safra 2010/2011.

Atualmente a expansão de área no Estado é sólida, constante e linear, mesmo em anos de veranico e em regiões com solos arenosos a culturas vem mantendo boas produtividades. Isto é resultados de investimento em tecnologia e construção do solo com assistência técnica de qualidade. Há muito ainda para avançar, mas SP encontrou na soja uma forma rentável para reformar canaviais e pastagens de gradadas. Merece destaque o protagonismo e a coragem dos produtores cultivar soja em solos arenosos, principalmente no Oeste do Estado, onde predomina Argissolos com teores médios de argila entre 12 a 14%. Nessa região, a ILP (integração lavoura-pecuária tem se destacado) e permitindo a produção de soja na “areia” com sustentabilidade. Na estação seca, as pastagens verdes são aquelas formadas após a colheita da soja.

Historicamente a área de soja do SP era 500 mil hectares (até a safra 2000/2001). A partir de então, um fato extraordinário aconteceu. Uma frente de arrendatários, a maioria oriundos do Paraná ultrapassaram a divisa e vieram cultivar soja nas terras paulistas. Nesse período a área chegou a 770 mil hectares (2004/2005). Porém, o aumento de área cultivada durou poucas safras. Na safra 2006/2007 retornou para a média histórica.
Na época a retração da área cultivada tem suas explicações. A primeira delas foi que o clima, houve forte restrição hídrica, justamente no período de expansão da cultura. Este fato, somado a falta de materiais indicados para as diversas regiões de SP; sistema de cultivo convencional; baixos investimentos em fertilização do solo (por se tratar de áreas arrendadas); baixa eficiência dos inoculantes em áreas após pastagens e, restrição de assistência técnica por se tratar de uma nova fronteira agrícola … foram cruciais para o fracasso da cultura.

Autoria: Edemar Moro – Professor e pesquisador na Unoeste.