Simpósio inédito no Brasil discute sobre solos arenosos

9050gExiste uma previsão que para o ano de 2050, a população mundial chegue a 9 bilhões de pessoas. Diante desse cenário, o Brasil possui papel fundamental na produção de alimentos, podendo se tornar referência e ser considerado como uma grande fazenda global. Para que esse status seja alcançado, o país precisa utilizar os 100 milhões de hectares de áreas degradadas que possui atualmente, sendo que 50% são de solos arenosos, caracterizados principalmente pelas suas deficiências físicas e químicas.
De acordo com o diretor do Núcleo São Paulo da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Dr. José Marques Júnior, para que o país seja considerado líder mundial no segmento é preciso manejar corretamente as áreas arenosas. “Podemos ter como base a utilização dos solos do cerrado, que também possuem algumas limitações. Nessa região foi utilizado um planejamento estratégico bem feito e executado, sendo que o sucesso é constatado por meio de estatísticas que indicam: 35% do PIB [Produto Interno Bruto] do agronegócio brasileiro correspondem à produção dos cerrados”.

 

O pesquisador esteve na Unoeste nesta terça-feira (1), para ministrar a palestra de abertura do Simpósio Brasileiro de Solos Arenosos (SBSA). Ele comenta que as estratégias de manejo são as mais desafiadoras, por conta das fragilidades encontradas. “Por meio da produção nessas áreas será possível otimizar o nosso potencial agrícola. Para isso, devemos fazer uso de ações tecnológicas, ou seja, literalmente temos que estar com uma mão na terra e outra no computador, estabelecendo as métricas requeridas para a ocupação dos solos arenosos”.

Durante a apresentação, Marques Júnior considerou que o grande alicerce da criação de estratégias é a conversão do conhecimento em tecnologia. “Visualizando a postura da universidade, bem como as linhas de pesquisa desenvolvidas com os alunos, posso constatar que a instituição cumpre seu papel formando profissionais na graduação e pós-graduação em agronomia, que estão preparados para converter o ensino científico em ações práticas, podendo beneficiar os solos arenosos da região Oeste Paulista”.

Simpósio Brasileiro de Solos Arenosos (SBSA) – Iniciado nesta quarta-feira (1), as atividades serão desenvolvidas até sexta-feira (3), no espaço Solarium, campus II, recebendo pesquisadores, alunos e produtores de todo o Brasil. Uma realização da Unoeste, com organização do Grupo de Pesquisa Agropecuária do Oeste Paulista (Gpagro). Durante a abertura oficial, integraram a mesa principal além de Marques Júnior, Orlando de Melo Castro, coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), os pró-reitores Acadêmico, Dr. José Eduardo Creste e de Pesquisa e Pós-graduação, Dr. Adilson Guelfi, o presidente do SBSA, Dr. Carlos Sérgio Tiritan, o representante da Embrapa, João Kluthcouski e Fábio Fernando de Araújo, coordenador da pós-graduação stricto sensuem Agronomia.

Sobre a realização do SBSA, Creste considera que por meio de grandes parcerias, a universidade promove essa iniciativa que é muito favorável para a nossa região e para o setor agropecuário do país. “Momentos assim permitem aos alunos contato com estudos e novas ferramentas tecnológicas”.

Para Guelfi, a organização do simpósio pelo Gpagro vem constatar a força da pesquisa na Unoeste. “Com o envolvimento de docentes e alunos de graduação e pós-graduação em Agronomia, esse grupo desenvolve pesquisas e atividades, cujos resultados podem ser inseridos no cotidiano do homem do campo”.

Wellington Eduardo Xavier Guerra, doutorando em Agronomia na Unoeste e integrante do Gpagro declara que o propósito do SBSA é difundir práticas que contribuem para os sistemas produtivos nos solos arenosos. “Esperamos esclarecer aos participantes que é possível ter uma produção otimizada nesse tipo de solo”.

O pesquisador da Embrapa Solos, Guilherme Kangussu Donagemma, veio do Rio de Janeiro (RJ) para o simpósio. “O que mais me chamou a atenção foi o tema específico desse evento que é inédito no Brasil. Por meio das palestras, debates e visitas técnicas, pretendo agregar novos conhecimentos e informações que podem ser utilizados nos meus projetos”.

Exposição de trabalhos – Durante o Simpósio Brasileiro de Solos Arenosos (SBSA) foram expostos 32 trabalhos em forma de pôster, por alunos da Unoeste e do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Embrapa, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Universidade Estadual Paulista (Unesp) – campus de Ilha Solteira (SP) e Botucatu, Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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