Estudo sobre a contaminação e biodiversidade oferece dados que podem abastecer novas pesquisas.
A pesquisa desenvolvida pela engenheira ambiental Letícia Aparecida Costa, com orientação da Dra. Patrícia Alexandra Antunes e coorientação do Dr. Paulo Antonio da Silva, é mais uma contribuição do Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional na produção de amplo diagnóstico das questões ambientais em cidades do oeste paulista. A defesa pública da dissertação resultante do estudo foi feita na tarde de sexta-feira (10), com o trabalho enaltecido pelas avaliadoras Marcela Prado Silva e Encarnita Salas Martin, convidada externa junto ao campus da Unesp em Presidente Prudente.
“Apesar do assunto árido, é um trabalho muito interessante, pois não há dúvida de que cemitérios são potenciais causadores de impactos sociais negativos”, disse a avaliadora unespiana antes de fazer uma série de apontamentos, pertinentes ao processo de avaliação. A professora Marcela elogiou o ineditismo e o fato do minucioso levantamento de dados servir para contribuir com novas pesquisas. Por exemplo, no cemitério com maior número de sepulturas (19 mil), que é o São João Baptista, a autora da pesquisa contou as árvores (744) e fez registros fotográficos de detalhes.
Árvores bem próximas aos túmulos e com raízes grandes causam rachaduras que podem causar poluição pelo necrochorume, que é o líquido liberado pela decomposição de cadáveres. Esse é um dado que pode servir para outra pesquisa, visando verificar se realmente ocorre tal poluição. Embora as árvores nos cemitérios sejam positivas para o meio ambiente, inclusive oferecendo sombra aos visitantes e aos trabalhadores, não existe, por parte da administração pública, a preocupação com as espécies, de tal forma que a maioria é de espécie única.
A variação de espécies arbóreas contribui com a biodiversidade, “podendo desta forma atrair mais espécies de aves”, pontuou Letícia. Nos seis cemitérios foram encontradas 76 espécies diferentes, sendo 39% nativas. Sobre a contaminação da água dos mananciais, os dados obtidos pelas análises – a partir de parâmetros físicos, químicos e biológicos – não foram conclusivos em relação aos cemitérios como causa única para produzir microrganismos, devido à distância dos córregos e afluentes – cerca de 200 metros – e ao fato do entorno urbano ser ocupado por habitações, o rural por produção agropecuária, que também gera impacto ambiental.
A contaminação da água ocorre com a introdução de microrganismos por substâncias químicas ou resíduos, que podem alterar as características da água; prejudicando o solo, as plantas e os animais. Os mananciais, que serviram de objeto de análises, foram os seguintes: córrego Ferreirinha (canalizado a céu aberto) – cemitério São João Baptista; córrego São João – cemitério Campal Parque da Paz; e na zona rural córrego Coqueiros, dois afluentes do ribeirão Mandaguari e um afluente do córrego do Pereira.
Letícia foi aprovada para receber o título de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, concedido pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da Unoeste. Seus estudos foram desenvolvidos com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste.