https://globoplay.globo.com/v/8514622/Produtores de algodão se preocupam com impactos da Covid-19
No ano passado a região de Presidente Prudente, no oeste paulista, ficou em 3º lugar do estado na produção de algodão, de acordo com o Instituto Economia Agrícola (IEA). Em área plantada, de 2018 para 2019 teve aumento de 114%, saltando de 826 para 1.768 hectares. No mesmo período, a produção cresceu 122%, indo de 120 mil para 267 mil toneladas. O 1º lugar é de Paranapanema, na região de Avaré; e o 2º de Riolândia, na região de Votuporanga.
Na safra atual, cujos números ainda não são conhecidos, a condição climática favorável na região de Prudente, junto com a época de plantio adequada e as variedades mais adaptadas para a região, os produtores conseguiram uma lavoura com potencial produtivo muito bom; conforme o pesquisador vinculado à Unoeste, Dr. Fábio Rafael Echer.
A produção de pesquisa na Unoeste tem contribuído com esse avanço. Experimentos importantes para produção de algodão tiveram a colheita finalizada e os resultados científicos serão conhecidos até o final de maio ou começo de junho, conforme o pesquisador. São 13 novos estudos para analisar desempenho produtivo e qualitativo de diferentes variedades. Na fazenda experimental da universidade, em Presidente Bernardes, foram 11 experimentos e outros dois no município de Paranapanema.
As pesquisas envolvem alunos da graduação inseridos em iniciação científica e do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu de Agronomia em suas produções de dissertações e teses, respectivamente no mestrado e doutorado. Os envolvidos integram o Grupo de Estudos do Algodão (GEA), apoiado pela Associação Paulista de Produtores de Algodão (Appa) e com aporte, através de bolsas para alguns, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
“Os principais experimentos que a gente trabalha são o desempenho produtivo e qualitativo de variedades. A gente faz todos os anos. Conforme vão surgindo novas variedades, a gente vai testando e repassa informações aos produtores sobre as que têm o melhor desempenho”, conta Echer, líder do GEA e professor na graduação, mestrado e doutorado. Também diz sobre outros experimentos, que são sobre a época de plantio de diferentes variedades e em diversas situações.
Como o produtor às vezes não consegue plantar na melhor época, por não chover e por não ter irrigação, então estudos são feitos para atender a disponibilidade de plantio em outra época. “A gente consegue posicionar quais são as melhores variedades para essa outra época ou, em algumas situações, não recomendar o plantio”, comenta o pesquisador, que também é vice-coordenador do programa na Unoeste, a primeira universidade particular do Brasil a ofertar mestrado e doutorado em Agronomia.
Também são realizados experimentos sobre doses de fertilizantes, especialmente de nitrogênio: o principal limitante de produtividade por conta de que o solo arenoso tem baixa reserva de matéria orgânica e, em consequência, menor disponibilidade de nitrogênio para a planta. “Dessa maneira, é preciso uma adubação com bastante nitrogênio. A gente trabalha o manejo desse nitrogênio com relação às doses, ao sistema de produção adotado”, conta Echer.
Em relação à adoção, explica que “às vezes o produtor tem o pasto degradado e vai plantar algodão; às vezes plantou soja ou alguma outra leguminosa que, nessa situação de ser uma gramínea antes do algodão, muda a resposta à dose de nitrogênio a ser aplicada depois”. Os experimentos são nos sistemas de plantio direto e convencional, procurando soluções dentro de cada condição de manejo possível de ser adotado no oeste paulista ou em outra localidade estudada, como é o caso de Paranapanema.
Ao final das pesquisas, os resultados são levados aos produtores. Além disso, o tempo todo produtores podem contar com o apoio técnico-científico da universidade, como acontece em Martinópolis, na propriedade da família Cordeiro, que tem cultivado e nos últimos cinco anos tem se beneficiado do algodão na própria fazenda. O produtor Lucas Carneiro Cordeiro diz que a safra deste ano foi boa, mas encontrou problemas de venda do produto devido às indústrias fechadas por causa da pandemia do coronavírus.
Paranapanema (SP) – O projeto de iniciação cientifica do estudante de agronomia da Unoeste Leonardo Vesco Galdi, um dos cinco apoiados pela Associação Paulista de Produtores de Algodão (APPA) na última safra de 2018/2019, foi apresentando na última semana na ASA Meeting – evento promovido pela ‘American Society of Agronomy’ -, em San Antonio, no estado americano do Texas.
Sob a orientação do Grupo de Estudos do Algodão (GEA), que é liderado pelo Dr. Fábio Rafael Echer, vice-coordenador do programa de mestrado e doutorado da Unoeste, os trabalhos foram conduzidos por Leonardo Galdi em Campos de Holambra, município de Paranapanema (SP), tendo como eixo-temático o mapeamento da produção, produtividade e qualidade de cultivares de algodão em resposta ao nitrogênio e à densidade de plantas.
Resultados
Os estudos versam sobre a aplicação de nitrogênio em plantas de duas variedades: uma precoce (FM 906GLT) e uma média-precoce (FM 954GLT). Basicamente, o estudo observou que variedades precoces demandam menos aplicação de nitrogênio, o que na prática pode impactar na redução dos custos com aplicação de fertilizantes, além de alcançar produtividade máxima com menos população de plantas.
Já na variedade tardia ou média-precoce (FM 954GLT), segundo as tabulações dos estudos, concluiu-se que a demanda pela aplicação de nitrogênio é maior, no entanto, possibilita a colocação de mais plantas por metro quadrado em relação a variedade precoce (FM 906GLT). Ambos os resultados estão sendo divulgados por Leonardo Galdi, mais especificamente nos Estados Unidos, vez que desde 16 de junho ele faz estágio no campus de Tifton, na Universidade da Georgia.
Da Assessoria de Comunicação | APPA
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UNOESTE torna público o presente Edital de abertura de inscrições, visando à seleção de candidatos à 1 (uma) bolsa de iniciação científica para atuação junto ao Grupo de Estudos do Algodão na linha de pesquisa – Nutrição e adubação do algodoeiro, sob supervisão do Prof. Dr. Fábio Rafael Echer, para o período de 05 de dezembro de 2019 a 05 de novembro de 2020.
Inscrições de 05/11/2019 a 20/11/2019.
A vigência do projeto será de Dezembro/19 a Novembro/2020 e o valor mensal da bolsa será de R$500,00.
Informações e inscrições em: http://www.unoeste.br/content/documentos/2019/Edital-Bolsa-GEA.pdf