Sem eventos natalinos, entidades enfrentam dificuldades financeiras

MARCO VINICIUS ROPELLI

Em 2019, a primeira edição da Vila Natal, organizada pela Feapp (Federação das Entidades Assistenciais de Presidente Prudente), no Centro de Eventos IBC, obteve sucesso suficiente para deixar um gosto de “quero mais” e a certeza de uma segunda dose em 2020. Essas expectativas, entretanto, foram frustradas por algo que até o mais pessimista jamais pensaria: a pandemia da Covid-19 que já se estende por oito meses.

O presidente da Feapp, Leandro Pires, 46 anos, afirma que a maioria das ações de arrecadação de fundos realizados pela federação são eventos, que por suas vezes causam inevitáveis aglomerações. Portanto, Leandro ressalta que não serão realizados este ano.

Leandro afirma que haveria segunda edição da Vila Natal caso pandemia não ocorresse

Apesar disso, ele garante que as entidades, de maneira individual, que há tempos continuam os trabalhos sociais remotamente, criarão formas de celebrar a data com os assistidos de forma segura. Um exemplo que Leandro dá, é o projeto Natal Mais Feliz, que arrecada brinquedos para crianças, os quais serão entregues em residência.

Sobre isso, o presidente da Unipode (União das Pessoas com Deficiência), Lourivalter Gonçalves, reitera a intenção de celebrar as festividades de fim de ano com trabalhos na casa dos assistidos, de forma a não gerar qualquer aglomeração. Ele afirma que serão levadas na residência deles, como em todos os meses de pandemia, cestas básicas, mas com o bônus de produtos natalinos, como panettone. Para isso, Lourivalter conta com apoio de parceiros e da sociedade para doação.

Unipode segue dando assistência aos atendidos com entregas de cestas básicas mensais; entidade conta com ajuda de voluntários

 

Outra entidade federada à Feapp, a Lumen et Fides, escola de educação especial, afirma a reportagem do Terceiro Setor que “diante do contexto atual de pandemia, a entidade está planejando comemorações natalinas ainda não definidas, sem aglomerações de crianças e profissionais, face a suspensão dos atendimentos pedagógicos presenciais e os atendimentos terapêuticos terem sido reduzidos para várias crianças e adolescentes pertencentes ao grupo de risco”.

Situação financeira

Uma implicação importante relacionada a suspensão dos eventos é aquela que diz respeito às finanças das entidades, que, por sinal, nunca foram fáceis. Nos últimos meses do ano, pelo menos dos anos “normais”, os eventos de entidades como jantares, festas, churrascos costumavam se intensificar, e não é à toa.

O fim do ano traz consigo o décimo terceiro salário, que dobra a folha de pagamento das entidades e aumenta, por conseguinte, as dificuldades. Nas 31 instituições assistenciais da Feapp, para se ter ideia, são registrados 1.800 funcionários, conforme Leandro Pires. O custo anual das entidades, conforme ele, é de R$ 37 milhões, sendo que R$ 28 milhões são repassados pelo poder público e R$ 9 milhões precisam ser levantados pelas diretorias.

“Estamos fazendo das tripas ao coração. Dependemos da bondade das pessoas”, enfatiza Lourivalter, ao dizer que para honrar o décimo terceiro dos colaboradores buscará ajuda de empresários parceiros.

A Lumen também destaca a situação adversa de 2020: “Em que pesem todos os esforços de planejamento para honrar a folha de pagamento, nos encontramos em uma situação de adversidade financeira devido ao decréscimo no número de doações e a atual crise econômica, posto que ocorreram reduções de jornadas de trabalho com a consequente diminuição dos salários e desemprego”.

A entidade, a fim de superar essas dificuldades, assume estratégias como manter a entidade em atividades pedagógicas online e atendimentos terapêuticos presenciais em número reduzido, cumprindo as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde com o intuito de não prejudicar o recebimento de recursos dos convênios lavrados com os governos municipal e estadual.

Para se ter noção da importância do trabalho realizado pelas entidades e da necessidade da manutenção dessas atividades, o presidente da Feapp lembra que mais de 15 mil pessoas são atendidas pelas instituições federadas em Presidente Prudente. Mesmo remotamente, trabalhos essenciais seguem ocorrendo. A entrega de cestas básicas é exemplo incontestável, já que, conforme Leandro, “muitos vão às entidades não só pelos projetos, mas também para se alimentar”.

Serviço

Veja como ajudar as entidades citadas no texto e as demais: 

A Feapp recebe doações e as repassa para as instituições federadas: o contato pode ser feito pelo telefone (18) 98115-9062 e a doação pode ser feita direto na conta da Federação. Banco: 756 – Sicoob Paulista. Agência: 4446-3. Conta corrente: 7979-0.

Ele lembra também que as doações podem ser feitas diretamente para as entidades.

Contatos para doações para a Unipode podem ser feitos pelo telefone (18) 2104-6270, pelo site da entidade (www.unipode.com.br) ou na sede da instituição assistencial, Rua José Antônio Pereira, 240 – Jardim Satélite, Presidente Prudente.

Já a Lumen et Fides afirma que as colaborações podem ser feitas por meio de doações financeiras em conta corrente da entidade que pode ser fornecida pelos contatos da instituição (telefone: 3908-1076/Celular:  99699-4920) ou se cadastrando nesses mesmos telefones como doador voluntário mensal do valor mínimo de R$ 25,00.

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