ACEITA UMA XÍCARA DE SOLIDARIEDADE?

Daniel Santana, Giovana Dias e Juan Gonçalves

Com ajuda de doações na pandemia, projetos sociais continuam com suas atividades de levar alimentos para pessoas em situação de rua

Devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a realidade do país mudou em relação à solidariedade. As dificuldades aumentaram e atingiram principalmente aquelas pessoas que não possuem moradia própria e nem renda fixa. Isso porque o mercado de alimentação fora do lar foi paralisado, afetando a economia e também aqueles que habitam nas ruas, pois os restos de comidas descartados pelos restaurantes é uma garantia de ter o que comer.

Diante destes fatores, na cidade de Presidente Prudente (SP), os voluntários não pararam. Em busca de ajudar o próximo, criaram projetos com a intenção de promover a solidariedade, e pretendem estender até mesmo depois da pandemia. A ideia surgiu devido à necessidade que os moradores de rua já enfrentavam e que se agravou ainda mais com a chegada do vírus. 

Um exemplo é o projeto Rango de Casa, que tem apenas seis meses e a sua finalidade é preparar em média de 70 marmitas e distribuí-las de 14 em 14 dias para os moradores de rua. “O projeto foi criado por mim e alguns amigos que apoiaram essa ideia de ajudar essas pessoas”, diz Tom Geovano, idealizador do rango.

Voluntários em momento de oração pelo ato de solidariedade (Foto: Giovana Dias)

Atualmente o projeto conta com 15 voluntários, parceiros e empresas que adotaram esse ato de solidariedade e que ajudam desde o preparo até a entrega da refeição. Para Tom, é muito gratificante esta ação e as doações podem ser realizadas a qualquer hora do dia.

Já o Marmita Solidária está ativo há sete anos e as entregas são realizadas aos domingos. “Em um dia de natal, a gente estava fazendo a ceia para dar para a família, Deus tocou em nossos corações e a gente veio para a rua passar o natal com eles e nunca mais paramos”, afirma dona Dirce Lozani Ferreira Leite, que coordena toda essa prática.

Ela conta que no começo passou muita dificuldade, mas continuou entregando as marmitas, pois infelizmente a fome não para. “Eu aprendi que nessa vida a gente não leva nada, que a única coisa que a gente vai levar é o bem que fazemos para as pessoas e para nós mesmos”, afirma.

Em tempos de pandemia, todo cuidado é tomado desde a hora do preparo até o ato de distribuição, quando a equipe toda utiliza máscaras, luvas e álcool gel. A entrega é por ordem de chegada e, como a fome não espera, o pessoal come ali mesmo ao redor da equipe. Para que os voluntários continuem com suas atividades, doações são feitas, alimentos são arrecadados e contam também com o auxílio das redes sociais para quem quiser divulgar ou contribuir como voluntário.

Dona Dirce, a idealizadora do projeto, declara que as pessoas em situação de rua sofrem preconceitos, pois muitas pessoas acham que os voluntários estão ajudando drogados, alcoólatras e bêbados. “Eu não vejo dessa forma, eu vejo que eu estou ajudando um ser humano, ajudando uma pessoa como eu, que sente as mesmas dores que eu sinto”.

“Quando você ver um morador de rua, trate ele como um ser humano, porque muitas pessoas passam por eles e eles parecem não existir. Mas eles são também seres humanos e eles estão na rua não é porque eles querem, eles estão na rua por falta de oportunidade. São maravilhosos, aprendo cada dia com eles”, completa Dirce.

A idealizadora do Projeto Marmita Solidária, Dirce Lozani, uma amiga e o amigo morador de rua.

GALERIA: DIA MUNDIAL DA LIMPEZA

PODCAST | SOS ANIMAIS

Confira abaixo o bate-papo sobre o funcionamento da Ong S.O.S ANIMAIS, uma associação que proteje Cães e Gatos, por Giovana Dias.

 

VÍDEO | um ato de amor e carinho

Neste documentário, Dani Lourenção e Paula Moreira relatam sobre o poder do ato solidário e como as ações se multiplicaram neste cenário pandêmico.