AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DE QUEM MORA NO INTERIOR E NA CAPITAL

Dúvida frequente de estudantes ao término de cursos superiores é: “Fico no interior ou me arrisco na capital?”

Por: Pamela Dias

Estou saindo para ir trabalhar exatamente às 5h50, moro em Santo Anastácio cidade mais de 600 Km da capital São Paulo. Abro o portão dou alguns passos apressados e já estou a três casas de distância da minha, pego o celular na bolsa, procuro o fone de ouvido, quando ouço um barulho vindo de uma casa,  olho para o lado e me deparo com o galo da vizinha em cima do muro cantarolando para alertar que o dia já começou. De ímpeto pego o celular e espero que ele cante novamente para eu filmar, e para minha alegria além de cantar ele abre e bate as assas. Digo: “Só no interior para ver uma coisa dessas”.

As vantagens do interior estão na qualidade de vida, fácil acesso a locais (sem ficar horas em engarrafamentos), paga-se menos para morar e se divertir,  além da sociabilidade dos moradores.

Mas para quem mora nos grandes centros existem facilidades que os colocam em vantagem. Jéssica Alicia Ribeiro, 17, que mora em Brasília diz que apesar de viver em uma rotina corrida, ela prefere morar na “cidade grande”. Segundo ela a capital do país tem boas universidades e oportunidades de empregos, com bons salários, além de ter acesso a serviços 24 horas. “A cidade não para nunca, as pessoas tendem a ser mais frias e os locais são mais distantes, mas não trocaria pelo interior, já me acostumei aqui.”

Para os jovens que moram nas cidades interioranas a probabilidade de mudança de cidade é uma constante. Como relata a estudante Vanessa Amaral, 17, que acabou de terminar o ensino médio, “A possibilidade de conseguir um emprego com uma remuneração mais alta é um bom atrativo existente nas capitais. Além disso há também a oportunidade do crescimento profissional que é importante”.

Apesar de ser mais comum a migração interior – capital, tem ocorrido o inverso, como mostra uma pesquisa feita pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CADEG), as cidades do interior de nove estados geraram, de janeiro a setembro, quase 413 mil vagas de emprego. E por isso tem sido alvo de trabalhadores da capital. Com mais de 2,6 milhões habitantes e 20 municípios, a Região Metropolitana de Campinas foi escolhida por mais de 32 dos pesquisados. Entre as vantagens de Campinas estão à proximidade com a capital paulista, as boas universidades e um pólo industrial maior até do que de algumas metrópoles. 

Crislene Aparecida de Araújo é cabeleireira e há 35 anos mora em Santo Anastácio. “Já viajei bastante pois meu marido é caminhoneiro, não troco minha cidadezinha por nada. Na capital acho tudo mais difícil, longe e perigoso”.

Apesar desta migração à capital paulista ainda lidera, com folga, o ranking de criação de empregos formais na região, com 454.405 novas vagas, seguida de Campinas, com 42.933, e Guarulhos, com 42.546, segundo o Caged. Para quem ainda ficou na dúvida é interessante que se faça uma relação de custo benefício,  e assim avaliar qual a opção mais interessante.