“Já entreguei currículos em vários lugares e não consegui. Acho um meio [ser diarista] mais fácil por não precisar ter experiência em carteira”, comenta Gleiciane. Além das faxinas, ela também atende como manicure para complementar a renda. Recentemente, ela diz que diminuiu o número de clientes que atende como manicure para focar nas três residências em que trabalha como doméstica.
Gleiciane conta que está sempre à procura de um emprego com registro em carteira e salário fixo. Já entregou currículos em diversas empresas e está esperando a oportunidade aparecer. Ela fala que, como diarista, não pode contar com o dinheiro, pois só ganha o dia que trabalha. Se ficar doente, por exemplo, não vai receber nenhum benefício.
Outro objetivo de quem escolhe o trabalho informal é complementar a renda mensal. Angélica Santos, de 26 anos, trabalha em uma loja de atacado de roupas em Presidente Prudente e atende há três anos como cabeleireira em sua casa. No tempo livre, oferece serviços de escova progressiva, tintura e maquiagem. “Senti necessidade de uma renda extra, pois tenho um filho e sou mãe solteira. Só o meu salário não estava pagando as contas, então eu resolvi fazer”, comenta Angélica.
Como autônoma, Angélica conta que consegue em média R$ 500,00, o que varia conforme a quantidade de clientes que consegue atender no mês. “Quero muito ter meu próprio salão, mas para isso preciso investir em cursos, em materiais e no local. Eu gosto de trabalhar na loja, sou vendedora há oito anos, mas muitas vezes é uma atividade que não é reconhecida. Então, por mais que eu ame, quem sabe um dia eu não consigo ter algo meu”, conta.