Seu Gumercindo trabalhou ao longo de anos em grandes empresas, e tinha bom salários, mas como sempre passou a infância no campo tinha o sonho de algum dia retornar.

Por: Janaína Oliveira

A luta pela terra

O que motivou o senhor a ir para um acampamento?

Os primeiros anos da minha vida foram na roça. Eu estava na cidade, mas pensava que quando minha aposentadoria chegasse eu arrumaria um lugar para ficar. Apesar de que eu já tinha a minha casinha ali em Prudente, escolhi vir para a roça, pegar isso aí, para poder ficar como estou aqui hoje, ficar mais sossegado. Trabalhar eu nem trabalho mais.

Como é a vida dentro de um acampamento?

Tinha gente que gostava de fumar maconha, outros na hora que era para acampar, buscar alguma coisa, não queria, queria só facilidade. Uma coisa que eu nunca concordei de fazer foi cortar cerca de arame, roubar cerca do pessoal, nunca concordei com isso. Ali a finalidade era pegar a sua terrinha, como eu peguei aqui, então eu não concordava com isso. Por causa disso a gente às vezes tinha dentro desses acampamentos, uns inimigos, eles não declaravam, mas sabíamos que não gostavam de nós.

A conquista

Como foi quando vocês conseguiram a terra?

Foi difícil também, não pensa que porque nós ganhamos que ficou fácil. A gente pega a terra sem nada, com o tempo nós fomos nos ajeitando. Mas no começo, nunca que a gente podia ter a tranquilidade que tem hoje. Tinha muita gente que mexia com coisa errada, queria roubar nossas coisas. Hoje em vista de antes é uma beleza aqui. Nós ganhamos de 7 alqueires e meio a 8 alqueires, mas um ou outro devido à declividade da terra sempre pega um pouquinho a mais. O meu em hectares é 18 na documentação, então é uma área boa.

A luta hoje nos assentamentos

Como é hoje morar dento do assentamento?

Hoje é uma beleza, nós temos casa na cidade, mas a gente não troca por nada. Nosso sonho era ter um pedaço de terra e hoje graças a Deus realizamos. Apesar de não ter tanta ajuda da prefeitura e do Itesp a gente até que vive bem. Tenho minha plantação aqui em casa. Planto de tudo.

GUMERCINDO FERREIRA BARBOSA

ASSENTAMENTO RODEIO LOTE: 49

DATA DA ENTREVISTA: 10/07 – 14h00

MEIO: Pessoalmente (Uso do gravador)

Gumercindo relembra a música que o distraía durante os dias que passara no acampamento:

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