PESQUISADORES TRAZEM SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS DO FUTURO

Presidente Prudente conta com 1.349 pesquisadores de todas as áreas do conhecimento, em busca de soluções para problemas da sociedade

Por: Letícia Quirino

Artigos, estudos, resultados de pesquisas, a cura de doenças que antes pareciam impossíveis. Quem são as pessoas que dedicam horas de suas vidas para pesquisar e chegar a algum resultado que pode influenciar no cotidiano da sociedade?

Presidente Prudente, a maior cidade do Oeste Paulista conta com 382 projetos de pesquisa em desenvolvimento e 1.301 bolsistas, segundo a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Outro orgão de apoio à pesquisa e que também atua na cidade é o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que até o segundo semestre de 2013 têm 48 bolsistas cadastrados.

A cidade que é conhecida por ser um polo universitário, abriga duas universidades e duas faculdades: a Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), a Toledo (Faculdades Integradas “Antônio Eufrásio de Toledo” de Presidente Prudente), e a Uniesp (União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo -Faculdade de Presidente Prudente).

As pesquisas chamam a atenção de estudantes de todas as áreas. Em alguns casos, os pesquisadores passam a conhecer esse tipo de trabalho impulsionados pelas possíveis bolsas de estudo, mas na maioria das vezes, é a “teimosia” e a busca pelo conhecimento que faz com que decidam por essa alternativa como forma de aprimorar os estudos.

Para quem se interessou no assunto e quer saber mais, a revista Prisma ouviu o professor e doutor Messias Beneguette, que compartilha como é ter a pesquisa como profissão.

Revista sobre pesquisas realizadas pela FAPESP

Site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

REGINA RAFAEL TEIXEIRA

Salvar vidas e descobrir a cura de doenças é um dos objetivos dos futuros pesquisadores como Regina Rafael Teixeira, estudante de Biomedicina na Unoeste

Dedicação, curiosidade, força de vontade e interesse são algumas das caracteristicas de um pesquisador. Regina Rafael Teixeira, 20, estudante de Biomedicina na Unoeste conta que pretende se tornar pesquisadora em breve. Segundo ela, em um primeiro momento o que mais atraiu foi o interesse pela bolsa remunerada, mas explicou que como é muito difícil conseguir, acabou se interessando mesmo em aprofundar seus conhecimentos.

Um ponto que se destaca para os pesquisadores que desejam ter bons resultados em suas pesquisas é a escolha do tema que vai ser estudado. Muitos desses trabalhos duram meses e até anos. Teixeira explica que no seu caso, o tema ainda não foi definido, mas que será provavelmente sobre a prevalência da hepatite C em testes de triagem nos bancos de sangue, e se o exame NAT sigla que em inglês para Teste de Ácido Nucleico, esta sendo aceito positivamente pela população de bioquímicos, farmacêuticos, biólogos e biomédicos, que fazem os exames.

Segundo ela o interesse por esse assunto surgiu principalmente pelo fato da faculdade disponibilizar a especialização na área de Hematologia na graduação, ajudando não apenas na experiência profissional, mas também em descobertas que podem ajudar a população. “Espero poder identificar e mostrar, se depois que foi implementado o exame NAT, houve um aumento da população soropositiva (para hepatite c, b e HIV) demonstrando assim a eficiência do teste, suas falhas ou até mesmo o real aumento dessa população”.

HELTON KRISMAN

Pesquisa do estudante Helton Krisman, 22, revela os benefícios da pimenta no organismo humano e animal.

Helton Krisman, 22, estudante de Medicina Veterinária na Unoeste, conta que em dois anos e meio conseguiu realizar 10 pesquisas e para este ano de 2013 precisa concluir quatro. Ser pesquisador para ele é interessante e importante porque muitas das pesquisas realizadas pelas universidades podem interferir na vida da sociedade. São cerca de duas horas de estudo e Krisman ressalta que dependendo da fase em que a pesquisa se encontra pode passar cerca de 12 horas por dia em trabalho, como já aconteceu.

Um esforço que para ele gerou frutos. Por exemplo: você sabia que a pimenta protege os animais e seres humanos contra a obesidade e que ela reduz a gordura e a medida corporal? Pois é, Krisman conta com orgulho que esse é um dos resultados obtidos em suas pesquisas. “Esses são os efeitos do capaciate oriundo da pimenta apsium anun, mais conhecida como pimenta vermelha doce. Esse tipo de pimenta foi escolhido por ser menos ardida que as outras qualidades”, explicou o pesquisador.

O estudo pode ser usado como suplemento alimentar para humanos e animais, visando a prevenção dos efeitos da obsidade. Neste caso, a descoberta não foi patenteada porque não foram eles que descobriram substância. Os pesquisadores apenas testaram os efeitos da pimenta nos organismos.

José Pedro Araújo

“Pesquisar e ampliar o conhecimento é uma das vantagens em se tornar um pesquisador”

Em alguns casos o pesquisador não trabalha apenas com um tema em específico, como é o caso do estudante José Pedro Araújo,19, da Unesp. Segundo ele, sua pesquisa não se refere apenas à cartografia, a profissão que escolheu, mas também está relacionada com a area da arquitetura. Ele explica que quando entrou em uma universidade pública já sabia que lá era realizado um número grande de pesquisas e que desde o início tinha intenção em participar.

O estudante do curso de Cartografia é da cidade de Cajubi (SP). O projeto que desenvolve tem como intuito sistematizar os plantas e mapas da cidade, para saber como se deu o crescimento da cidade.

Quando o assunto é o tempo ou a falta dele, todos concordam com Araújo, que diz: “Apesar do tempo ser apertado, tudo dá certo”. Para o pesquisador, “além de ajudar nos estudos, os projetos também dão a oportunidade para os alunos conseguirem uma bolsa de estudos podendo até sair do país como intercambistas”, conclui ele.

Vitor Amigo Vive, 22, também é estudante do Unesp, porém, está no último termo de Engenharia Ambiental. O pesquisador, que é um dos bolsistas da Fapesp, explica como concilia as aulas da faculdade e as pesquisas realizadas por ele. “Agora que estou no último ano, já acabaram todas as minhas matérias e eu tenho um pouco mais de tempo ‘livre’ para trabalhar nas pesquisas”, comenta o estudante. Segundo ele, a pesquisa que desenvolve toma a maior parte do seu tempo e quando tinha aula a saída era ter uma boa organização nos horários. O rapaz conta que sempre teve um interesse por descobrir as coisas e que gosta muito do que faz. Vitor é natural de São Paulo, capital, e veio para Presidente Prudente por causa dos estudos. “Essa região do interior é melhor para a área que escolhi como profissão.”

Em um laboratório pequeno e cheio de tubos de ensaios, pias, geladeiras, pipetas, produtos quimicos e alguns tipos de fogareiros, utilizados para aquecer o produto em que são feitas as pesquisas, Vive conta que em sua última pesquisa conseguiu descobrir que o tanino da casca de uma árvore chamada Acácia consegue despoluir em mais de 90 um líquido chamado vinhaça, que é um resíduo produzido por usinas de cana-de-açúcar. Segundo ele, este liquido, se jogado em excesso no meio ambiente, polui o solo.

Créditos: Letícia Quirino