UM NOVO PARQUE PARA O POVO

Entre os diversos pontos de Presidente Prudente, um dos mais conhecidos é o Parque do Povo. Lá é possível ter acesso a lazer, esporte, comércio e gastronomia. Mas, quando forma aquele tempo de chuva, os moradores dos arredores já ficam em alerta.

Por: César Franklin, Fabio Reis, Gabriel Lanza, Leandro Gimenes, Matheus Gomes, Paulo Ribeiro e Renato Campanari

A quase centenária cidade de Presidente Prudente é a 25ª no ranking de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado em 2013 pelas Organização das Nações Unidas (ONU). O município conta atualmente com 223.749 habitantes e mais de 610 mil km², segundo a estimativa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2016.

Entre os diversos pontos dessa cidade, um dos mais conhecidos é o Parque do Povo. O local oferece destaques como lazer, esporte, comércio e gastronomia. Mas, quando forma aquele tempo de chuva, os moradores dos arredores já ficam em alerta, esperando que mais uma vez as tubulações não suportem o volume de água e transborde para as avenidas que o margeiam.

O parque foi construído na década de 1970 e ganhou uma cara nova em 2015, quando foi reformado. A acessibilidade foi o item que ganhou mais melhorias nos pouco mais de 340 mil metros quadrados reformados. Ao invés do piso normal, todo a extensão do parque recebeu piso tátil com as normas de acessibilidade NBR-9050?2004 e rampas de acesso. De maneira geral, toda a vida que existe ao redor foi beneficiada.

Durante o um ano e três meses que permaneceu em reforma, foram investidos cerca de três milhões de reais. Um projeto que envolveu a prefeitura e a concessionária que administra a energia na cidade promoveu a troca de todas as lâmpadas de LED do parque. “Isso gerou uma economia de R$200 mil reais ao ano para os cofres públicos”, informou a secretaria de comunicação de Presidente Prudente.

Comércio

O cartão postal da cidade abriga 214 estabelecimentos comerciais. Miguel Medeiros, dono de uma lanchonete que está há dois anos e meio na rua Ângela Galli, em frente ao parque, diz que a reforma deu um ambiente melhor para o comércio. “O pessoal se sente mais seguro agora, a iluminação é muito melhor”, pontua o empresário.

Apesar do elogio, alguns proprietários ainda identificam falhas na iluminação do local. Pedro Vitor Julião é um deles. Ele abriu recentemente uma barbearia na avenida Quatorze de Setembro, e diz que alguns pontos ainda deixam a desejar. “Alguns locais do Parque do Povo ficaram muito mais iluminados depois dessa revitalização, e isso favorece para os estabelecimentos que estão perto disso. No meu caso, não, pois à noite tem pouca iluminação perto do meu estabelecimento, e isso, com certeza, não é muito legal para meus clientes”, finaliza.

Segurança

A Segurança é um aspecto importante para a população que circula pelo local. Trombeta, cabo da Polícia Militar, relata que o parque recebe poucas occorrências. “As ocorrências mais comuns são as que envolvem menores de idade fazendo uso de bebida alcoólica, além de jovens consumindo entorpecentes”. Um aspecto importanque destacado pelo policial é a relação entre a corporação e a população, além da postura de quem frequenta o parque. “O local recebe muitas pessoas durante o dia todo. Apesar de algumas ocorrências, a população em geral tem um comportamento tranquilo, o povo prudentino é um povo educado”, conclui.

Trânsito

Presidente Prudente tem vivido um caos nessa área. Atualmente a cidade conta com uma frota total de 159.086 veículos, sendo estes 90.648 carros e 32.696 motos. 

O auxiliar administrativo, Pedro Henrique Teodoro Martins, de 24 anos, passa pelo Parque do Povo todos os dias nos horários considerados de pico: das 7h às 8h, das 11h às 12h30 e das 17h às 18h30. Ele ressalta que a falta de educação dos condutores é o fator principal para todos os transtornos causados nesses horários de aglomeração de veículos nas vias ao redor do parque.

“Vejo que a maioria dos motoristas que passa pelo local é muito impaciente. Nos pontos aonde não tem radar, muitos andam acima da velocidade permitida e raramente você vê algum pedestre tendo a prioridade. Tudo é bem sinalizado, mas poderia melhorar, principalmente o fator das vias serem muito estreitas”, comenta Martins.

Natureza

E o que seria de um parque sem uma boa arborização? A Secretaria do Meio Ambiente (Semea), estima que em toda a sua extensão haja mais de 20 tipos de árvores. Isso, segundo o biólogo e coordenador de políticas ambientais da Semea, André Gonçalves Vieira, é fundamental em uma sociedade contemporânea, exercendo tanto a função ecológica como social.

“No parque há muitas plantas nativas do bioma local e isso mantém um equilíbrio ecológico. Temos mais de vinte espécies de árvores espalhadas ao longo da área de 288.351 metros quadrados e isso contribui diretamente na redução da temperatura, ajudando na saúde respiratória e, consequentemente, na qualidade de vida da população”, afirma o biólogo.

Lazer

Desde a sua construção, o parque foi aprimorando os seus espaços com vários equipamentos disponíveis para a população e se tornou um importante local para o lazer na cidade. São vários os grupos e tribos que se encontram ali, desde roqueiros, funkeiros, skatistas e de maneira bem especial as famílias. Nos finais de semana já se tornou tradição os piqueniques em família, as rodas com um violão ou até mesmo um animado bate papo.

A Familia Ferro é uma das que sempre marcam presença. O casal Danilo e Janina, com os filhos Maria Eduarda, de 11 anos e Gabriel, de 6, além da avó Doraci Ferro, são os integrantes desta família. Há cerca de um mês eles tem ido rotineiramente até o espaço para aproveitar a natureza e curtir bons momentos juntos.

Para Janina, após as obras de revitalização o parque se tornou mais atrativo. “Depois que modernizaram o local, colocando mais bancos e reforçando a iluminação deixou o ambiente bem menos perigoso. É bom para quem tem filhos, pois ao invés de irem ao shopping, elas vêm aqui” explica.

Dona Doraci também diz pensar da mesma maneira, elogiando a segurança que sentem no local. Ela explica que opções presentes ali, apesar de baratas, são muito boas. “Ah… não é nada tão luxuoso. Mas aqui tem pipoca para as crianças, e depois na hora de ir embora, dá para  comer um lanche”, comentou

Mas nem todos avaliam a área de maneira “tão positiva”. Com a frequência de três a quatro vezes no mês, ao lado da esposa Kelly e do filho Lorenzo, o analista de sistema João Chaves sugeriu pontos onde pode haver melhorias para o lazer dos prudentinos.

Ainda dentro da ótica dele, é possível aprimorar outros três pontos. “Deveria ter mais policiamento, em função da quantidade de pessoas. Há necessidade de  banheiros públicos também”, concluiu.

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